sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Baudolino

A sonoridade desse nome despertou meu interesse de forma a forçar-me a dar uma espiada, já que estava dando sopa na estante de uma acolhedora casinha de madeira na serra de Campos do Jordão.

Numa sentada já li umas 80 páginas e me contagiei, a narração do próprio Baudolino (com uma cabeça que mais parece um leão, sendo que a minha é de porongo) despertou uma baita curiosidade. Chegando a São Paulo fui direto a livraria adquirir essa obra.

Trata-se de uma enorme aventura pela alta idade média, onde o maior mentiroso de todos os tempos, Baudolino, torna o mundo mais agradável aos que estão ao seu redor através da sua criatividade sem limites. Faz pensar bastante sobre a mentira, mostra que apesar de ser um ato falho e potencialmente prejudicial, também pode trazer a esperança ou a busca por algo inalcansável, pois, como diz um de seus amigos durante uma passagem, o importante mesmo é a busca, quando se encontra perde a graça.

Baudolino prova todas as emoções e segue sempre com o coração puro, fiel a seus princípios. O resultado de muitas das suas ações acaba sendo oposto ao seu desejo, mas mesmo assim, o fato de o desejo ter sido sincero já vale muito a pena (basta ser sincero e desejar profundo, já diria Raul).

Como outro livro que li de Umberto Eco (O Nome da Rosa), Baudolino é cheio de simbolismo e alegorias que permitem que o leitor tire a conclusão que quiser e não fique dependente da idéia que o autor quis transmitir. Assim pude traçar um paralelo muito importante entre a época em que ocorrem as aventuras do herói e os dias atuais, da mesma forma em que se encontra no livro muita sabedoria que nos faz falta nesses dias do fim do mundo.

Espero poder acumular a sabedoria do cabeça de leão, mais que isso, empregá-la. Principalmente se o desejo for sincero e a intenção boa.

Recomendo a todos a leitura desse clássico e espero poder postar outras impressões sobre outras obras, dando minha humilde colaboração.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

III Seminário de Fruticultura de Clima Temperado - São Bento do Sapucaí, SP

Mais uma aventura pelo mundo dos "berries"

A oportunidade de conhecer de perto outra região com grande potencial para ser pólo de produção de pequenas frutas foi uma experiência muito legal. Os produtores já estão bem ligados e se organizando, de forma que dá gosto ver sua animação e fé no negócio.

Acostumados com uma produção voltada muitas vezes ao turismo ou agroindústria agora encaram um novo desafio: produzir para o mercado in natura e extremamente exigente - meu difícil trabalho consiste em conferir a qualidade - porém a agricultura familiar em que a maioria se enquadra é especialista em qualidade, é a mais intensiva que há nesse aspecto, tudo que é feito com amor e carinho tem mais qualidade.

Eventuais leitores: o Brasil precisa de "berries", mexam-se, hehe.