quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Para registro (Careconi)

Para registrar o modelo 2008/2009, coleção primavera verão, segue o novo estilo:






Feira de Pequenas Frutas


O blog começou quando eu estava no Chile preparando terreno para meu futuro. De lá pra cá muita coisa aconteceu, mas indiferente à tanta coisa o objetivo daquela viajem está frutificando: preparei bem o terreno e agora começo a colher minhas (pequenas) frutas.

Aproveitar as oportunidades: cavalo encilhado não passa duas vezes! Dessa forma vou tocando, metendo os peitos! Uma área nova, cheia de potencial e desafios. Que baita chance para um guri metido a Engenheiro Agrônomo (mais um semestre e eu chego lá!).

Obrigado a todos que infuenciaram minha vida nesse período, sempre apoiando, alegrando-se com os degraus que subi, advertindo-me quando empacava em algum e conduzindo para subir o próximo.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Safra 2007/2008

O aniversário vem chegando, é mais um ano que se soma à minha poucamente vasta experiência de vida. Seguramente uma boa safra, como sempre, pelo menos não me sinto em condição de reclamar de nada. Envelhecendo se tornam cada vez melhores os vinhos.

Coisas feitas e desfeitas, realizações, alegrias e decepções. Até parece aqueles convites de formatura bem melosos, mas de fato tudo isso aconteceu na safra 2007/08. A área cultivada aumentou consideravelmente na minha propriedade de relações: conheci muita gente, semeei muitas amizades e comecei a cultivar um grande amor, realmente espero que seja uma cultura perene.

Adubei e irriguei com empenho minha áea profissional, esse novo cultivo tende a resultar bons frutos. Da mesma forma cuidei para que a seara acadêmica se mostre muito produtiva, se tudo der certo, em agosto de 2009.

Nem adversidades climáticas nem pragas e doenças limitaram o potencial das minhas colheitas. A perda do ancestral do qual derivam muitas das minhas sementes percurtiu fortemente, e ainda causa impacto, porém sou muito grato a esse vigoroso progenitor: sua lembrança e exemplo me dão mais vontade de seguir meus objetivos.

Sigo aprimorando meus sistemas de produção, sempre aprendendo com os erros agronômicos do passado sem nunca perder de vista os ideais que norteiam minha "vidacultura".

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Viver não Dói

“Viver Não Dói” 

(Carlos Drummond de Andrade) 

Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas 
e não se cumpriram. 
Por que sofremos tanto por amor? 
O certo seria a gente não sofrer, 
apenas agradecer por termos conhecido 
uma pessoa tão bacana, 
que gerou em nós um sentimento intenso 
e que nos fez companhia por um tempo razoável, 
um tempo feliz. 
Sofremos por quê? 
Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer 
pelas nossas projeções irrealizadas, 
por todas as cidades que gostaríamos 
de ter conhecido ao lado do nosso amor 
e não conhecemos, por todos os filhos que 
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, 
por todos os shows e livros e silêncios 
que gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, 
pela eternidade. 
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante 
e paga pouco, mas por todas as horas livres 
que deixamos de ter para ir ao cinema, 
para conversar com um amigo, 
para nadar, para namorar. 
Sofremos não porque nossa mãe 
é impaciente conosco, 
mas por todos os momentos em que 
poderíamos estar confidenciando a ela 
nossas mais profundas angústias 
se ela estivesse interessada 
em nos compreender. 
Sofremos não porque nosso time perdeu, 
mas pela euforia sufocada. 
Sofremos não porque envelhecemos, 
mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim 
que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e 
nunca chegamos a experimentar. 
Como aliviar a dor do que não foi vivido? 
A resposta é simples como um verso: 
Se iludindo menos e vivendo mais!!! 
A cada dia que vivo, 
mais me convenço de que o 
desperdício da vida 
está no amor que não damos, 
nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, 
e que, esquivando-se do sofrimento, 
perdemos também a felicidade. 
A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Tranquito

Tchê, a coisa está andando muito bem: vivendo cada dia por vez se leva a vida de uma forma muito mais tranquila.

Já me disseram que eu sempre quero comer o mundo de colher, que tenho os olhos lá no futuro e que isso acaba afetando minha visão. Levando isso em conta acabo me policiando para aproveitar o momento, que é de alta por sinal. Realmente não vale a pena tantos planos e conjeturas, isso leva àquela ansiedade que mata.

Tampouco me vale a pena revirar o passado, a não ser que dele saque algum proveito. Acho que tenho aprendido com meus erros, reviver na imaginação que o poderia ter acontecido só machuca.

Andaram me falando que cavalo encilhado só passa uma vez: vou montar esse que tá passando e tentar pealar os demais, assim garanto a tropilha da minha felicidade.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mochila nas costas...

Depois de Puerto Vallarta fomos a Zacatecas, no meio-norte mexicano. Pegamos carona com o mano mais velho da Caro, Mauricio, que vive por la.

Cinco horas de estrada num bocho rojo (fusca vermelho), acompanhados por uma paisagem surreal de vales e cerros acarpetados de nopales e outras especies de clima seco e um ceu carregado, que a cada pouco tronava e iluminava com seus raios o crepusculo (me inspirou).

Zacatecas e impressionante! Uma cidade de porte medio, cercada por cerros que antigamente eram recheados de prata. Hoje em dia e um grande centro regional e um importnate entroncamento comercial e viario. O centro esta apinhado de igrejas no estilo churringuearesco (barroco mexicano), aqueductos, ruelas e passagens, pareceia que estava num filme mexicano (outra vez).

Pertinho da cidade estao as ruinas de La Quemada, importante sitio arqueologico das pouco conhecidas culturas do norte. Uma loucura: num cerro rochosso construiram toda uma cidade fortificada, repleta de piramides adorando aos seus deuses. La de cima a visao de todo o vale, muito verde e rasteiro, com o ceu carregado outra vez nos cuspindo um lote de agua.

Bueno, na quarta voltamos pra Dolores. Eu decidi viajar sozinho dali em diante, e tendo decidido isso reservei hostel no DF, de onde escrevo agora. Tudo dando muito certo: cheguei a tempo na central de Dolores, peguei o bus ate San Miguel, onde cheguei novamente a tempo de pegar o direto ao DF. Aqui cheguei as 13, peguei um taxi (que saiu barato) ate o centro historico, dei entrada aqui no hostel e ja... pra rua.

Aqui pertinho encontrei um lugar de tacos bom demais e com um precinho camarada ($3 ou R$0,50), comi 7 e uma coca pra baixar o bolo alimentar. Segui a caminhada, fui do Zocalo a Alameda central, voltei e peguei o turibus, 3 horas muito bem aproveitadas, ja sei agora o que devo visitar na sexta, sabado e domingo, quando escreverei mais por essas paragens.

Saudade de todos! Terca que vem estarei de volta a Porto, vai comecar a funcao, outra vez!

domingo, 27 de julho de 2008

Todavía en suelo Mexicano...

Povo!

Pra quem anda acompanhando a gauchada, sigo viajando pelo México. No momento estou em Dolores Hidalgo, acabo de retornar de Puerto Vallarta, no litoral do pacífico.

Andei por algumas cidades como San Miguel de Allende e Guanajuato. Sao cidades coloniais, entrepostos comerciais ou minas de prata. Cheias de estilo, muita história e cultura. Impressionante andar pelas ruelas, praças e jardins, muito acolhedor e bem tranquilo, até parece a Bahia!

Estou com a família da Caro para lá e para cá. Fui com sua mae ao litoral para visitar e passar uns dias com os irmaos que moram por lá, em Puerto Vallarta. Passei uns dias na praia, peguei minha cor de camarao e fiz umas festas, valeu a pena, nem parece que já se passaram duas semanas que ando por aqui. A Caro e sua família estao fazendo de tudo para que eu me sinta a vontade, e estao conseguindo, já me consideram amigo da família e dessa forma sou apresentado ao pessoal daqui, me siento muy a gusto de esa forma.

Essa semana ainda nao tem uma programacao bem definida, mas alguma gauchada inventaremos.

Logo subirei algumas fotos.

Abraços e beijos, saudade de todo mundo!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Seguindo pelo México...







Seguindo viagem...

Nos metemos num ex-convento numa cidadezinha muito pitoresca, bem mexicana, estava incrível! Umas pinturas muito loucas, incluindo um Jesus que te olhava no grao do olho e te persegue onde vás...

Muita comilança em Pachuca, os pias da Sux se puxaram nos pratos típicos e eu já estou quase imune a pimenta, pegando parelho com o povo daqui. Tomamos umas Micheladas, que sao ceva com pimenta, sal, camarao, limao... tutuxuntoincluido, parece louco mas é bom demais!

Em seguida fomos a Puebla, lá nos esperavam mais amigos. Na noite fizemos uma visitinha pelo centro, bem tranquilo. No dia seguinte (sexta) passeamos bastante, tomei um tal de Rompope, que é um licor da fruita que mais gosto (ovo). Comi chiles en nogada, que é um pimento recheado com frutas e nozes, com roma por cima, além de lindo é delicioso.

Na noite, várias cevas mexicanas (tenho que porvar todas), e muita tequila, aí dei meu show de música e danças brasileiras, incrível.

Sábado rumamos a Querétaro onde encontramos um amigo que nos levou a San Miguel de Allende, uma cidade colonial por demais linda. Ali passamos a tarde, dando umas bandas e vendo o movimento, muito louco, gente de todo mundo.

Pela noite rumamos a Guanajuato, que é um cupinzeiro muito lindo, virado em túneis, casaroes, ruelas e lombas. Ali fizemos uma noite bem cultural, nuns bares incríveis, que lugar lindo!

Domingo fomos a Dolores Hidalgo. Já chegando a mae da Caro nos recebe com molletes e eu capricho nos chiles serranos, já estou 100% adaptado! Em seguida fomos a uma charreada, que é o rodeio daqui. Incrível! Mariachis, Charros, sombreros, gente atirando coisas na arena quando o charro se dava bem, me senti num desenho do ligeirinho, haha. levamos nossa tequila, sal, limao e refri de pomelo pra fazer umas palomas, no final das contas foi tudo.

Depois fomos almoçar sopa azteca e uma carne preciosa com uns molhos muito bons e... água de jamaica, como no chapolim dos duendes demoniacos.

Fico por aqui, daqui a pouco tem mais...

Dolores Hidalgo, CNI, GTO, México, 20 de Julho de 2008.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Viva México Cabrones!



Povo!

Estou vivo, com a boca ardendo de pimenta, mas vivo!

Cheguei ao DF domingo as 13 e 30, com 1h e meia de atraso por causa do Chávez que fez vasculhar mochila por mochila lá em Caracas.

No aeroporto já estavam esperando a Caro, a Susana e o irmao, Luis. Nos encaminhamos entonces para Pachuca, de onde escrevo agora. No que chegamos os pais da Sux já inventaram umas comilanças e umas cevas com molho de tomate, limao, sal e um lote de coisa estranha, mas muito boas (michelada).

Na segunda fomos a Teotihuacán, visitamos as piramides, incrível, subimos nos templos do sol e da lua, vale muito a pena pessoal! Nao é 100% original, muita coisa foi retirada de lá e muitos dos edifícios foram reconstruídos, mas a energia segue lá, impressionante.

Ainda na segunda fomos a Mineral del Monte, um povoado mineiro aqui pertinho, bem colonial, no estilo Minas Gerais. Estava rolando o festival de la plata e havia uma comilança, shows, tudo muito lindo, a 2700 m.s.n.m.m. Mas meu futebol nao foi prejudicado, isso é tudo mentira de time fracassado, haha.

Ontem fomos ao DF, uma loucura aquele metro, nem precida entrar e sair dos vagoes, a galera te leva no embalo, mas a coisa funciona, tri bem distribuidas as estacoes. Museo de Bellas Artes, Zócalo, Alameda Central... o tempo estava curto, mas já tive uma noçao de como é lá, nos últimos dias de viagem pretendo passar mais tempo pela capital, que é linda, incrível, sem palavras...

Daqui a pouquinho vamos todos (Caro, eu, Sux e família) pra uma serra aqui pertinho fazer carnitas asadas, nopales, tacos... o povo aqui passa comendo, bom demais!

Outra hora escrevo com mais tempo, é só pra dizer que estou vivo no mais... Amanha rumaremos a Puebla, depois Guanajuato, Guadalajara, Puerto Vallarta, Zacatecas, Pozos.... un chingo de sitios hermosos...

Beijos e abraços a todos, saudade de todo mundo!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O Voi não é Vovo!


Pra quem achava que tinha feito o pior trabalho de Alimentos e Alimentação dos Animais da história do Mercosul, até que fomos muito bem, até tive que conter a risada ao ouvir os elogios do professor.

Será que sou uma farça? Espero que não, na verdade foi o primeiro trabalho de toda a faculdade em que não mexi um dedinho, fiz aquele basicão bem nas coxa, e acho bem feio que tenha sido assim, mas fica aqui o registro para que não se repita, a sensação de um xingamento iminente é terrível, que bom que mais uma vez deu tudo certo.

Fica de novo aquela sensação de que eu pinto o dragão muito mais feio do que ele é na verdade, mas também não dá pra se jogar nas cordas né tchê.

Escutando Argentino Luna, meio gripado e louco de faceiro!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Tchê!

Às vezes sou pura cabeça, noutras puro coração, quando será que chegará o equilíbrio? Já me quebrei muito a cara por andar por esses dois extremos, já tô de saco cheio de ser uma metamorfose ambulante.

Tá certo que isso é meio próprio da idade, mas não tem me deixado muito confortável! Esse lance de sentir com profundidade OU pensar até esgotar as possibilidades é complicado, mais uma vez me deparo com a velha briga entre minha cabeça e meu coração, maldição.

Tchê, te digo a forma de registro que ando meio perdido. Tudo tem dado tão certo pra mim e ao mesmo tempo sinto que falta alguma coisa, queria ser burro, não sofria tanto (grande Raul Seixas).

Isso de escrever no blog por si só já é uma viagem, mas vale o registro pra não cagar mais no futuro.

Tenho fé de que tudo vai dar certo, sempre. O otimismo que trago comigo sempre fala mais alto, mas muita esperança pode ser ruim também. Espero adquirir a habilidade de deixar rolar e ver qualé, até acho que já estou começando a agir assim e tentar controlar menos o que é incontrolável ou que não é apropriado controlar.

Então tá, de hoje em diante os esforços serão no sentido de deixar as coisas rolarem e daí ver qualé, não vale a pena forçar nada.

Um forte abraço pra mim mesmo no futuro quando leia essa postagem após tomar o Alívio de Dores, de Dores do Indaiá, MG.

domingo, 8 de junho de 2008

Nonno Bepe


Há 80 anos atrás nascia José Valentin Salvador, pai de meu pai e meu eterno amigo. Carinhosamente o chamávamos de Vô Bepe, Nonno José, Generale, Bepe. E ele sempre respondia esse carinho, nos chamando de popo, gaimbro, Vidia, popa, nene, ou trocando nossos nomes até acertar.

Com que carinho me lembro das tardes que passava com ele, batendo papo, contando balota, jogando carta, sentados no fogão à lenha ou inventando alguma coisa com as ferramentas da ferraria. Foi com ele que aprendi o valor e o gosto pelas coisas simples.

Os conselhos que ele me passou trago comigo até hoje e os outros que pude obter obervando sua personalidade compõe algumas linhas básicas do meu jeito de ser. Com ele aprendi muito sobre honestidade, sinceridade, trabalho, família e respeito, valores que ele tão bem passou a meu pai e a todos que sabiam escutá-lo.

Nunca se esforçou em ser amigo de ninguém, sua sinceridade não permitia qualquer traço de falsidade: se uma pessoa conquistava sua confiança, podia estar certa de ter nele um grande amigo, generoso e de coração aberto e mole, como todos os Salvador.

Nos dias dos pais, quando lhe desejavam um "feliz dia dos pais", sempre respondia, "obrigado igualmente seu moço" e embaçava as vistas ao ver a felicidade estampada em nossos rostos: sua maior alegria era ver-nos felizes e para isso sempre fazia o possível.

Com certeza ele segue conosco, vibrando com cada conquista e dando força quando rachamos a cara ou algo não sai como deveria. Sentimos a presença do Vô Bepe em tudo, compartilhando com ele nossos sentimentos.

Nonno, tenho muito orgulho e sou muito feliz em ser seu neto.

Maio...

Maio foi um mês bastante intenso, já contando pelo início do mês, com um baita findi no Uruguay. Uma galera muito animada, muito vinho, ovelha e campereada, além de alguns papos mais sérios e muito besteirol, tudo na medida certa. Não vale a pena levar a vida tão a sério, o que é pra ser, será. Às vezes busco sarna pra me coçar, não é por aí... há um monte de coisas boas acontecendo, é só olhar com os olhos certos!

Seguindo nessa linha veio a viagem a SP atrás do visto para a viagem de julho. Fui numa buena, junto com meu querido pai, que à noite teria um compromisso por lá. O acompanhei, de facciota e tudo, nessa reunião com gente de todo Brasil. Aguentei muito sarro pela derrota incrível do meu time na final do gauchão, até cearense veio encher o saco. Aproveitamos bem o coquetel, muito prossecco e petisquinhos, mas a fome ainda era grande. Decidimos jantar no restaurante do hotel e tomamos um bom vinho, nada melhor para companhar uma boa conversa, como há muito tempo não tinha com meu véio. Falamos de tudo, confidenciamos um ao outro muitas coisas e nos aconselhamos mutuamente de forma que o respeito e a admiração que tenho pelo meu pai só aumentou.

No dia seguinte, já cedinho fomos ao consulado. Depois de aguentar a fila por duas horas soube qua não seria atendido, estaria automaticamente cadastrado para a fila do outro dia. Bueno, às vezes o vivente dá com o burro n'água! Voltamos pro hotel para decidir o que fazer, se ficava ou se voltava, e aí tive a surpresa: um e-mail que convidava para uma grande oprtunidade na próxima semana, uma reunião em São Paulo!

Maravilha, já mato dois coelhos com uma só caixa d'água! Ficou decidido que voltaria na outra semana a SP, iria a reunião e faria o visto: uma frustração se tornou uma oportunidade, nada como estar sereno e confiante (basta ser sincero e desejar profundo, como diria Raul Seixas).

Com minha tentativa de moicano e a barba cortados (a sociedade ainda se baseia na imagem), embarquei, dessa vez sozinho, para Sampa. Tudo ocorreu maravilhosamente bem, tive até mesmo tempo para observar o modo de vida daquele povo e turistear um pouco. Na hora marcada, lá estava eu para a famosa reunião, incrivelmente tranquilo, até me surpreendi! Passei a tarde tratando de negócios (hahaha) e tive muito boa impressão do que me foi proposto, com fé vou alimentando essa oportunidade.

No dia seguinte, ainda mais cedo que na primeira tentativa, fui ao consulado. Lá fiquei das 5:30 até as 13:00, mas consegui o que queria, já estava com o visto em mãos. Na fila conheci pessoas muito queridas e obtive muitos conselhos de vida, mais uma vez me dizendo para não querer fazer coisas muito precipitadas, seguir o coração e ter a capacidade de ver os pontos positivos das coisas.

Dia 17 de maio, a grande festa do apê. Bombástica, os comentários guardo comigo, o que acontece na festa do apê, fica na festa do apê.

O findi seguinte, em casa, foi de descanso e muita conversa com meus pais, principalmente com a mãe, que me deu dicas muito importantes sobre como lidar com alguns aspectos da vida e sobre alguns pontos bem específicos dos quais eu, sem necessidade, tenho me preocupado em demasia. Valeu mãe pelos conselhos, meus velhos sim sabem das coisas, hehehe.

No mais a vida acadêmica, que vem exigindo bastante e ao mesmo tempo abrindo meus olhos para um futuro bem próximo... mas não há por que se preocupar, no final tudo dá certo!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Rio Grande do Sul visto por um Paulista...


Esse é um texto atribuído ao jornalista Arnaldo Jabor, pelo qual mantenho grande reserva. Porém isso é um fato que endossa o que o mesmo diz no texto a seguir, principalmente pelo fato de que estive em São Paulo recentemente e pude constatar que essa visão é compartilhada por mais gente do centro do país.

Não sou separatista. Acredito que o RS é antes de tudo brasileiro, de outra forma não teria participado tão efetivamente da construção de nossa nação verde e amarela, muitas vezes com o sangue dos filhos deste chão.

A bandeira do Rio Grande do Sul representa um dos rincões da bandeira brasileira cortado pelo sangue da revolução de 35, onde os habitantes desse pedaço esquecido do grandioso império chamaram atenção ao abandono pelo qual estavam passando. O Rio Grande do Sul, nossa Província de São Pedro, sempre quis ser brasileira.

E viva nosso Rio Grande amado!


Ao texto...

O Brasil tem milhões de brasileiros que gastam sua energia distribuindo ressentimentos passivos. Olham o escândalo na televisão e exclamam 'que horror'. Sabem do roubo do político e falam 'que vergonha'. Vêem a fila de aposentados ao sol e comentam 'que absurdo'. Assistem a uma quase pornografia no programa dominical de televisão e dizem 'que baixaria'. Assustam-se com os ataques dos criminosos e choram 'que medo'. E pronto! Pois acho que precisamos de uma transição 'neste país'. Do ressentimento passivo à participação ativa.

Pois recentemente estive em Porto Alegre, onde pude apreciar atitudes com as quais não estou acostumado, paulista/paulistano que sou. Um regionalismo que simplesmente não existe na São Paulo que, sendo de todos, não é de ninguém. No Rio Grande do Sul, palestrando num evento do Sindirádio, uma surpresa. Abriram com o Hino Nacional. Todos em pé, cantando. Em seguida, o apresentador anunciou o Hino do Estado do Rio Grande do Sul. Fiquei curioso. Como seria o hino? Começa a tocar e, para minha surpresa,todo mundo cantando a letra!

'Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o vinte de setembro
o precursor da liberdade '.

Em seguida um casal, sentado do meu lado, prepara um chimarrão. Com garrafa de água quente e tudo. E oferece aos que estão em volta. Durante o evento, a cuia passa de mão em mão, até para mim eles oferecem. E eu fico pasmo. Todos colocando a boca na bomba, mesmo pessoas que não se conhecem. Aquilo cria um espírito decomunidade ao qual eu, paulista, não estou acostumado.

Desde que saí de Bauru, nos anos setenta, não sei mais o que é 'comunidade'. Fiquei imaginando quem é que sabe cantar o hino de São Paulo. Aliás, você sabia que São Paulo tem hino? Pois é... Foi então que me deu um estalo. Sabe como é que os 'ressentimentos passivos' se transformarão em participação ativa? De onde virá o grito de 'basta' contra os escândalos, a corrupção e o deboche que tomaram conta do Brasil? De São Paulo é que não será.

Esse grito exige consciência coletiva,algo que há muito não existe em São Paulo. Os paulistas perderam a capacidade de mobilização. Não têm mais interesse por sair às ruas contra a corrupção. São Paulo é um grande campo de refugiados,sem personalidade, sem cultura própria, sem 'liga'. Cada um por si e o todo que se dane. E isso é até compreensível numa cidade com 12 milhões de habitantes.

Penso que o grito - se vier - só poderá partir das comunidades que ainda têm essa 'liga'. A mesma que eu vi em Porto Alegre. Algo me diz que mais uma vez os gaúchos é que levantarão a bandeira. Que buscarão em suas raízes a indignação que não se encontra mais em São Paulo.

Que venham, pois. Com orgulho me juntarei a eles. De minha parte, eu acrescentaria, ainda:

'...Sirvam nossas façanhas,
de modelo a toda terra...'

Arnaldo Jabor

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ciclo de Otimismo

A coisa vai andando bem, e parece que isso traz de arrasto ainda mais coisas boas. São pequenos sinais que a vida manda e que tenho recebido de mente e coração abertos, dessa forma tudo tem dado certo.

Realmente não tenho do que reclamar, e tampouco deva, pois dessa forma esse ciclo incrível de coisas boas será rompido. Grandes oportunidades estão surgindo e eu, mais tranquilo que água de poço, vou recebendo e agradecendo cada situação que o destino me coloca.

Assim vou tocando em frente, vivendo cada dia por sua vez e me mantendo firme aos parâmetros de caráter que tenho. Não faço grandes planos no longo prazo e estou sempre aberto ao que venha. O importante neste momento de alta é não deixar as impressões subirem à cabeça, não julgar e disfrutar tudo que a vida me oferece.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Dia de São Jorge


Hoje, 23 de abril, se celebra o dia de São Jorge. Padroeiro do Reino Unido e do movimento escoteiro internacional, porém acima de tudo símbolo de coragem. Coragem é, como enseja a palavra, agir conforme o coração. É não ter medo e enfrentar o que apareça seguindo com confiança a intuição, escutando aquela primeira voz que fala baixinho na cabeça e que sempre demonstra o caminho certo a seguir.

Estudamos, exercitamos nossos cérebros e julgamos tudo racionalmente para evitar deixar para trás qualquer detalhe e ter o máximo controle sobre as variáveis. Porém aquela voz que fala baixinho e que muitas vezes reprimimos expressa nosso verdadeiro sentimento, independente de julgamentos carregados de precisão racional.

São Jorge da Capadócia não foi apenas um guerreiro que salvou a donzela do castelo e o povo de um feroz dragão. Esse ato recheado de heroísmo nada mais é do que o enfrentamento às muitas razões que nublam os sentimentos.

Feliz dia do escoteiro, muita coragem para todos!

Sempre Alerta para Servir! Uma vez escoteiro, sempre escoteiro.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Do Tempo




Jayme Caetano Braun - Do Tempo


O tempo vai repontando
O meu destino pagão

Vou tenteando o chimarrão

Da madrugada clareando

Enquanto escuto estralando

O velho brasedo vivo

Nesse ritual primitivo

Sempre esperando, esperando...


É a sina do tapejara

Nós somos herdeiros dela

Bombear a barra amarela

Do dia quando se aclara

Sentir que a mente dispara

Nos rumos que o tempo traça

Eu me tapo de fumaça

E olho o tempo veterano

Entra ano e passa ano

Ele fica a gente passa


Que viu o tempo passar

Há muita gente que pensa

Mas é grande a diferença

Ele não sai do lugar

A gente que vive a andar

Como quem cumpre um ritual

É o destino do mortal

É o caminho dos mortais

Andar e andar nada mais

Contra o tempo, sempre igual.


Tempo é alguém que permanece

Misterioso impenetrável

Num outro plano imutável

Que o destino desconhece

Por isso a gente envelhece

Sem ver como envelheceu

Quando sente aconteceu

E depois de acontecido

Fala de um tempo perdido

Que a rigor nunca foi seu.


Pensamento complicado

Do índio que chimarreia

Bombeando na volta e meia

Do presente no passado

Depois sigo ensimesmado

Mateando sempre na espera

O fim da estrada é a tapera

O não se sabe do eterno

Mas a esperança do inverno

É a volta da primavera.


Os sonhos são estações

Em nossa mente de humanos

Que muitas vezes profanos

Buscamos compensações

Na realidade as razões

Onde encontramos saída

Nessa carreira perdida

Que contra o tempo corremos

Já que, a rigor, não sabemos

O que haverá além da vida.


Dentro das filosofias

Dos confúcios galponeiros

Domadores, carreteiros

Que escutei nas noites frias

Acho que a fieira dos dias

Não vale a pena contar

E chego mesmo a pensar

Olhando o brasedo perto

Que a vida é um crédito aberto

Que é preciso utilizar.


Guardar dias pro futuro

É sempre a grande tolice

O juro é sempre a velhice

E de que adiante este juro

Se ao índio mais queixo duro

O tempo amansa no assédio

Gastar é o melhor remédio
No repecho e na descida
Porque na conta da vida

Não adianta saldo médio!


sexta-feira, 11 de abril de 2008

Stand by

Já faz tempo que não escrevo uma linha por essas paragens, a faculdade já começou a tomar bastante tempo, mas isso não é desculpa: o que me toma o maior tempo são as viagens da minha cabeça tentando entender as voltas que dá a vida. De uma hora para outra as coisas mudam, de uma forma tão rápida e cruel que não me permite entender o quanto disso é culpa minha ou se o destino está tramando alguma.

Enfim, agora que sigo meu coração espero poder consertar o que fiz de errado, mas principalmente não ter para o resto da vida o sentimento de frustração ou de arrependimento pelo que não fiz, dessa forma os acontecimentos que seguirão no meio do ano serão fundamentais para mim.

Por enquanto vou tocando minhas atividades por aqui, tentando preencher ao máximo minha mente de forma que eu mesmo não me inflija dano e tampouco o cause a quem amo. Serenidade é o que preciso, o resto deixo fluir seguindo o coração, sendo sincero e desejando profundamente.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Necro-combustíveis


A obtenção de energia através de fontes menos impactantes do que os combustíveis fósseis é um avanço inegável e deve ser estimulada. Porém o que não pode acontecer é a troca de um problema por outro como o que está acontecendo: se está tentando substituir o consumo de um recurso finito, petróleo, pelo consumo de energia que utiliza e degrada outros recursos finitos (água, solo, biodiversidade) para sua obtenção quando mal manejada numa esfera maior.

A questão que sobressai disso é a urgente mudança do modelo de uso de energia construído ao longo dos últimos dois séculos. Se cada cidadão chinês, por exemplo, resolver ter um nível de consumo de um norte-americano médio precisaríamos de 3,5 planetas como esse para sustentar esse consumo. Portanto não há geniosidade nem pesquisa suficiente para resolver esses problemas enquanto não houver uma mudança geral de consciência a longo prazo e de preocupação com o planeta em que vivemos e com as pessoas que o compartilham.

Festa da Uva


Caxias do Sul não comporta mais uma festa como a Festa Nacional da Uva, a cidade tem que escolher entre manter a tradição ou fazer uma babilônia que tenta agradar a gregos e troianos.

A tradicional festa da uva surgiu da necessidade dos colonos caxienses em expôr à nação o orgulho de ter construído uma cidade como Caxias, a pérola da colônias. Tendo o cultivo da uva como maior expoente dessa fartura, os colonos (não há termo mais apropriado, e os que creêm que isso seja insulto, que se informem) se organizavam através de suas comunidades, tanto rurais quanto urbanas, para desfilar pelas ruas de Caxias o dia a dia da cidade: os diferentes trabalhos, a realidade do campo, o cultivo da uva e a beleza de suas soberanas. Dessa forma a festa era um retrato de Caxias, tendo exposto nos pavilhões novidades agrícolas, frutos do trabalho na terra e a rica cultura ítalo-gaúcha, que sem desmerecer outras etnias que formaram Caxias, foi a verdadeira responsável pela formação do caxiense original.

Hoje em dia vemos uma verdadeira miscelânea que mais parece um carnaval desorganizado e sem enredo. Num desfile desconexo realizado sem a espontaneidade de outrora, demonstram uma história que tenta agradar aos turistas do centro do Brasil mas que perde o foco de mostrar o que é Caxias e como se formou. Nos pavilhões o que é realmente nosso está relegado às empresas mais representativas e à uma exposição de cachos de uva murchos. Não há nada relacionado à uva, nem mesmo a tradicional chimia, apenas comércio de badulaques e uma gastronomia fast-food comandada por pastéis paulistas e "baurus" de Porto Alegre.

Caxias deve sediar uma grande feira agroindustrial séria, haja visto a produção e o potencial hortifrutigranjeiro e descentralizar a tradicional festa às comunidades rurais do município, que conservam no seu dia a dia a tradição dos colonos que formaram nossa cidade.

Tenho muito orgulho de ser caxiense, apenas penso que devemos encontrar uma maneira mais sincera e real de demonstrar nossas origens e nosso presente ao Brasil.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Cerro Catedral

Voltando do meu estágio em Osorno, sul do Chile, tive a oportunidade de parar por um tempo em Bariloche, Argentina. A princípio teria ali dois dias, mas um problema com os horários do ônibus à Córdoba me fez mudar os planos fazendo que só tivesse um dia para conhecer o máximo possível da região.

Mochila nas costas fui caminhando da rodoviária ao albergue, que já conhecia pois havia passado uma noite lá na viagem de ida. Lá chegando me acomodo e de cara conheço um suíço companheiro de quarto. Se chama Yannick e vive perto de Basiléia. Gente boa o rapaz, com o qual me comunicava em inglês, traduzindo ele para o espanhol e soltando um português velho agauderiado de quando em vez, fazendo um baita nó no cabeção de porongo.

Conversando com ele e com o cara que atendia o albergue decidimos pegar o micro na manhã seguinte, domingo 17 de fevereiro, para o Cerro Catedral e daí fazermos umas caminhadas, ele disposto a ir ao refúgio Frey passar a noite e eu por voltar pois tomaria o bus a Córdoba na segunda de manhã. O suíço, alpinista experiente, me deu as dicas e fomos às compras: chocolate, água, frutas, pão e frios, no meu caso murcilha pois a colonice impera.

Depois de uma noite regada a cerveja trocando uma idéia com o povo do hostel, principalmente uns chilenos (entre eles um estudante de agronomia), acordei com uma ressaquinha às 7 da matina para me preparar para a jornada. Tomamos café e seguimos em direção à parada para pegar o micro das 8. De-lhe papo com o europeu, trocando impressões sobre nossos países e convencendo ele que o Brasil é beeeeem melhor que a Suíça, o tempo passou rápido e chegamos à Vila Catedral, base do cerro, que no inverno bomba e no verão é lugar de mochileiros querendo fazer uma bela caminhada na montanha.

9h - Começamos a caminhar, meio a esmo, mas tentando seguir as indicações que levavam até o refúgio. Fazia sol e se percebia que seria um dia quente, pelo menos daquele lado do cerro. Caminhando atalhamos por uma trilha muito empinada para seguir o caminho dos teleféricos e ir até o refúgio Lynch, na ponta norte do cerro. Já estava de língua de fora por subir essa lomba, sem ter nem idéia do que me esperava pela frente. Ziguezagueando pelo cerro a paisagem mudava a cada passo e comecei a perceber que realmente estávamos subindo, partindo na base de uma altitude de 700msnm e com o objetivo de chegar aos 2400 que pareciam inalcançáveis lá em cima. Nesse ziguezague atravessamos as pistas de ski bem marcadas entre a vegetação cortada para tal e a cada curva aberta se contemplava Bariloche e o Nahuel Huapi ou a ponta do lago Gutierrez atrás do Cerro, imagens inesquecíveis.



12h - Com a programação completamente alterada, não iríamos mais diretamente ao refúgio se não contornar o Cerro pelo lado oeste e descer ao Frey. Para tanto alcançamos o refúgio Lynch, tendo o suíço muito na minha dianteira, fui meio que escalando o pedregulho até chegar lá. Aí encontramos Don Manzana, que nos indicou finalmente o que o mapa não conseguiu: o caminho do passo.

13h - Chegamos ao passo. Aí eu teria uma baita surpresa ao ver o cambio repentino da paisagem e avistar a cordilheira até a divisa com o Chile de um lado e Bariloche e a patagônia Argentina do outro. Além disso a mudança de clima: todas as nuvens paravam ali como se fosse uma represa, saímos de um lado com sol no lombo e eu suado como um cavalo, para chegar lá em riba e pegar uma ventania gelada encarquilhando o lombo. O esforço que fiz para chegar nesse passo foi algo, já tinha cãibra nas duas coxas e esse caminho cascalhento era um passo pra frente e dois pra trás, mas realmente valeu a pena, uma vista sensacional, foi um lance meio espiritual, me emocionei muito lá em cima.


13h a 16h - Caminhando pela encosta oeste do Cerro num pedregal sem fim e por um senderinho muito estreito, só se viam as pedrinhas e os pedrões rolando a ribanceira até lá embaixo, baita frio na barriga! Havia horas em que eu tinha que me pendurar por completo nas pedras, com dois ou três apoios, um cagaço de respeito pra quem não está acostumado. As cãibras foram aumentando e o Yannick se distanciando, até que uma hora me falou para encontrarnos no Frey porque não havia erro. Mal sabia ele que estava descumprindo um acordo tácito existente entre os que andam por aquelas montanhas: nunca andar só, principalmente se estás acompanhando um brasileiro huevón! Total que segui andando e vi uma indicação: Frey Jacob, para mim esse era o nome do Frey (capuchinho devia ser o Jacó) e segui a flechinha que saia do Jacob, comecei a descer, crente que a volta pelo cerro se dava pelo vale lá embaixo. Dois argentinos de Bariloche (Marcelo y Martín) que vinham subindo e me pediram para onde eu estava indo e eu lhes disse: Frey! Então me disseram que devia subir os 200m que havia descido e seguí-los, além de xingarem muito o suíço. O Frey não se chamava Jacob, e por culpa de minhas deduções bizarras quase cago o passeio. Jacob é um lago ao lado do refúgio San Martín há 4 horas descendo a lomba.



16h - Antes de chegar ao refúgio tive meu primeiro contato com neve acumulada pertinho do lago Schmmol (esse aí da foto de cima). Não a toquei nem pisei, apenas tomei água do degelo que se acumula nessa represinha natural logo acima do refúgio, incrível, geladinha e pura. Chegamos ao refúgio, onde estava rolando um super assado e ceva de graça aos que ali chegassem. Um pouco antes de chegar, no vale do lago Tonchek, vi um acampamento de onde saía um som dos Engenheiros do Hawaii, Infinita Highway: ou o mundo é muito pequeno ou gaúcho é praga mesmo, além de tudo estavam ali mateando e falando em Porto-alegrês.


Acima a vista que se tem desde o refúgio, destaque ao pico do Cerro Catedral no alto dos seus 2400 e poucos metros.

17h - De pancinha cheia de assado e murcilha, além é claro da vervejénha, comecei meu retorno, não sem antes molhar os pezinhos no lago gelado para desinchar meus dedos mutantes. Nem sabia que ainda teria 3 horas de caminhada até a base, o bom pensava eu é que era pura descida em senderos mais abertos e sem pedras, mas a descida força muito, no final pude notar bem isso. Outra vez a paisagem mudava a cada passo, entrando num mato cheio de gimnospermas pré-históricas, alerces e outros ciprestes doidos e gigantes, assim o passeio foi muito agradável fazendo-me esquecer que já tinha caminhado mais de 20Km nessa brincadeira.

20h - Chego à parada do micro para retornar ao hostel só pensando numa ceva gelada, banho (a tosa pra outra hora) e sono, mas com a cabeça cheia de boas lembranças e de um dia perfeito em contato com a natureza e comigo mesmo, onde pude pensar muita coisa serenamente. Espero poder ter mais experiências reveladoras como essa, assim aos poucos vou amansando essa ansiedade e me tornando mais calmo e contemplativo, vivendo cada dia a sua vez.

No final das contas havia percorrido mais ou menos 22Km, imaginando que havia feito uns 8, acho que esse ano Caravaggio vai parecer ir ao centro a pé.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Retorno

Como é bom retornar ao que é nosso! Família, gurizada, paisagem, língua e país.
A identidade que tenho com tudo isso é indelével e por mais que me sinta mais pertencente ao mundo depois das experiências dos últimos tempos, ainda me sinto pertencente à este chão gaudério.

Recém chegado subo a serra e me deparo com a maravilha que é todo esse verde que nos rodeia por aqui para em seguida encontrar minha família me esperando com o imenso amor de sempre. As fruteiras carregadas, a cachorra louca de faceira, o clima que só Caxias tem. Tudo isso me tocou e me fez outra vez lembrar que meu lugar é aqui.

Como se não bastasse, no dia seguinte desci a serra para visitar meus amigos, celebrar suas formaturas e me reencontrar com minha vida e comigo mesmo, uma dose cavalar de emoções para matar as saudades, palavra que só existe em português e que esteve estampada na minha cara por esses quase 7 meses.

A partir da próxima semana volto também à outra parte importantíssima e presente em meu caráter: a faculdade de agronomia. A ansiedade é grande e nem o fato de não ser mais colega de muitos de meus amigos me desanima, afinal nossas amizades são muito extra currículares, praticamente matérias eletivas como conversas em devaneio, churrasco, chimarrão, música e canha.

Posso rodar todo esse mundo, conhecer muita gente, culturas e hábitos, mas nunca, em nenhum outro lugar, encontrarei o que tenho aqui e que me faz ser quem sou. Nada como nosso lugarzinho no mundão velho, o meu é aqui!

Muito obrigado pessoas amadas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Auto-retrato.

Volto com um imenso sentimento de que há muito o que mudar na minha forma de lidar e amar as pessoas, principalmente quando minhas inquietudes interiores impensadas irrompem em palavras sem sentido que nunca quis dizer e esbarram na pessoa amada de um jeito duro e covarde.

Descobri nesse tempo de solidão o quão perigosa e traicioneira é essa minha cabeça de melão, que às vezes me traz o conforto da certeza sentida e em outras uma racionalidade brutal e sem um pingo de sentimento, que não corresponde à realidade do amor que me cerca.

Tudo isso pode parecer um monte de palavras vagas enchendo o espaço desse blog, mas não são. Estou realmente decepcionado comigo mesmo no que diz respeito à lida com o amor. Tenho que melhorar urgentemente para não perder uma grande oportunidade que o destino tão trabalhosamente me ofereceu.

Minha linda, sabes o que estou dizendo com isso. Não quero perder-te em nenhuma hipótese, não posso deixar que um devaneio da minha mente maluca macule nosso amor que é tão grande.

Dá-me outra oportunidade, estou determinado a romper essa relação infame entre os dois pólos da minha mente e entregar-me completamente a esse amor. Afinal o que se busca e o que se leva dessa vida se não a felicidade proporcionada por um amor verdadeiro? Nada.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Garabatos y otros

Garabato é como chamam os palavroes aqui. tenho aprendido muitos, mas principalmente ensinado, o povo aqui se mata rindo do "bichinha", do "boca aberta" e principalmente do nome da minha querida cidade Caxias, que ao som de um chileno pronunciando parece "cachera" que é como se conhecem as gurias da vida por aqui.

Mas o melhor sao as comparacoes. Eles as fazem do mesmo jeito que nós gaúchos: mais ..... que .... de .... , ou algo assim:

Más seco que escupido de momia;
Más raro que pollo con dientes;
Más feo que mi suegra en bolas. E por aí vai.

Outra coisa legal que aprendi e já tive a oportunidade de aplicar aqui é o "todavía estaba en Bolívia" o "todavía andava en Coquimbo", aí vai um exemplo par ver se alguém "cacha":

Uma señora estava falando de Pelé e da selecao de 70, como era fanática e tudo isso, entao eu disse que nao tive esse privilégio " pues todavía estaba en Bolívia", ou seja, era muito jovem para ser mais sutil, hahahaha.

Aquele abrass!

Rutina

Lo bueno de tener una rutina es que ayuda a disciplinar un poco la vida, lo malo es que es rutina y uno se aburre. Bueno, lo que siempre se viene repetindo es lo seguinte:

Durante la semana:

6h - Despierto pero no me paro, me quedo en la cama aprovechando el final de mi estado REM;
6h35m - Prendo la tele en MEGA notícias donde leen las portadas de los periódicos y pasan siempre las mismas imagenes del verano, un montón de argentinas sin expresión que van a las playas de norte;
6h45m - Me paro, voy al toillet (jajaja), caliento el água para el café (que lo tomo con miel de ulmo, muy bueno), me visto y pongo la ropa de trabajo, o sea, pantalón jeans y camiseta, no olvidando una chamarra para el frío matinal y el gorro de árabe de la agrícola. En ese medio tiempo me quedo viendo las notícias de Chile donde se refieren a Brasil como la nación carioca, que asco, que mal informados!;
7h03m - Voy al paradero, a una cuadra de la pensión, donde encuentro mis compañeros de trabajo Don Lucho, Don Adán y Don Ricardo, todos unos viejitos muy simpáticos que trabajan en servicios generales (control de malezas, descargar y cargar camiñones, etc), ahi platicamos amenidades hasta que llegue el bus color naranja aberración;
7h10 a 7h40m - Viaje por el campo siempre acoimpañado por la imagen de volcán Osorno y escuchando música gaúdéria en el MP4 de mi hermano, "loco de saudade do Rio Grande véio", ya decoré todas las músicas pues son pocas. Además siempre ocurre en el shuffle alguan del Cafe Tacuba para que me acuerde y extrañe aún más a mi Caro;
7h40m a 8h30m - Me quedo en la oficina de Don Carlos, jefe del huerto 2, acompañando las programaciones diárias y más o menos cachando lo que voy hacer este día;
8h30m a 12h, o 13h, o 14h - Trabajando duramente (jajaja) en cualquier pega, desde descargar camiñones hasta pesar fruta o cosechar, pero siempre preguntando y aprendendo un montón, principalmente con la gente de campo que tiene una visión prática de la cosa, las preguntas más elaboradas las dejo para los´"técnicos" . A veces trabajo en packing también, recibiendo fruta, haciendo análisis de calidad y post cosecha y otras cosas más;
12h a 13h o de 13 a 14 o de 14 a 15 - Almuerzo con la comida que dejé en mi hollita marmita en la noche pasada, a veces es comida comprada, a veces yo cocino y a veces es un emparedado o una empanada. Siempre tengo compañia para el almuerzo en todos los horários,a veces con la gente de planta, a veces con el personal del packing y a veces con los tractoristas, Don Ivan o Don Ampuero;
Almuerzo hasta 19h - Sigo con el trabajo en cualquier pega (otra hora describo mis oficios acá en el blog);
19h a 19h40m - Viaje linda y solitária de regreso;
Final de tarde - Es cuándo me conecto a mi mundo por internet, as veces encuentro a Caro, a veces mi família y mis amigos... en fin, es siempre una buena hora;
Principio de la noche - Voy al Super Bigger por víveres y una chela bien fría;
Final de noche - Casi nunca ceno, me quedo vendo películas o revisando mis apuntes, me acuesto más o menos a las 24h.

Fines de semana - Duermo mucho y me aburro un poco, eso de estar solo no está bien. pero bueno, me concentro en leer o viajar para alguna parte acá cerca.

Bueno mi gente, eso es más o menos lo que hago acá!

Un abrazo largo como la América a todos y un beso dulce como el arándano a mi chiquilla.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Família

É quando o vivente tá solito que mais sente falta da família. Como eu queria estar sentadito com todos voces contando as indiadas daqui no meio daquela confusao gostosa que sao os nossos domingos em família.

Como eu queria poder estar com nosso Nonno Bepe contando balota e escutando seus conselhos! Lembro toda a hora do Nonno, em tudo o que eu faco aqui, imagino qual seria seu comentário sobre as plantas e sobre as frutas, suas dicas de como plantar e como cuidar tao bem de tudo, assim como ele plantou e cuidou em mim esse espírito e esse gosto pelas coisas simples da vida; o que é melhor do que pon, salame, queijo e um bitcher de vinho?

Pouca coisa, talvez melhor que isso só a certeza de um amor incondicional como o nosso, é isso o que nos conforta e nos une, mesmo quando possa parecer que estamos brigados ou quando insistimos em ver e explicitar nossos defeitos ao invés de nossas virtudes particulares.

Sinto muito a falta de todos voces, definitivamente minha vida nao seria nada sem tudo o que me ensinaram, se sou o que sou, é por causa dessa família louca que eu amo tanto.

Fe en la vida!

Una cosa que yo aprendí en mi poco tiempo en este planeta es que se debe tener fe en la vida. Todo tiene su motivo, nada viene por acaso y de todas las cosas siempre se puede acceder a la face positiva, es solo mirar con la mirada correcta.

Piensando así ya di vueltas en mi vida: la opción por la carrera de agronomia, el hecho de darme una oportunidad y hacer el intercambio en Córdoba y todo lo que de ahí surgío. Cada elección que hice me llevó a una etapa de más complejidad y me ayudó a tornarme un ser humano mejor, cada vez más pertenecente al universo. Obviamente hay mucho todavía por hacer, tengo que ser exigente conmigo para que logre "elevar el piensamiento" sin dejar de ser quien soy, estando de bien conmigo y con todos mis queridos.

Me refiro con elevar el piensamiento a tener una actitud más sábia ante la vida, sin nunca hechar mano de los sentimientos más sinceros que me hacen humano. Es buscar tener la visión más amplia de lo que se pasa, o sea, ver por distintos puntos de vista quitando cualquier prejuicio que nuble a esa visión.

Mucho de eso logré conviviendo con Carolina, ella me orienta en el sentido que busco, siempre tiene una interpretación diversa, y para mi impensable, de las cosas que suceden por eso me complementa y por lo tanto me siento tán feliz a su lado. Siento que ella es un regalo que mi fe en la vida me proporcionó, y con esa misma fe en la vida quiero pelear por estar con ella, para que ella tenga "FE" en su vida, jejeje.

Te amo Caro, sin ninguna duda o miedo en decírlo.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Da cordilheira ao mar!

O Chile é surpreendente! Num domingo se vai ao pé dos andes a um lago maravilhoso e no outro se disfruta do sol e mar (gelado) no litoral, tudo isso cruzando uns 120Km no máximo aqui no sul.
Domingo passado fui a comuna de Entre Lagos, na beira do lago Llanquihue, onde todas as famílias daqui de Osorno vao para fazer seus assados e se refrescar do "intenso calor" que faz aqui: máxima de 30 graus! Com isso o povo aqui já derrete!

O lago é o máximo, ao pé de um cerro nevado, me emocionei!

Nesse domingo, 26, fui conhecer o pacífico, todos dizem que é um cara tranquilo, e é verdade! Parece ter bem mais água que o Atlantico, e é putamente frio, bota Aroio do Sar na chinela! Mas é lindo, o mar bem azul, a serra aí pegada, a foz do rio Maicolpuhe (essa semana busco as traducoes mapuches desses nomes com um amigo aqui).


No fim da tarde comi uns pastéis de marisco com uma chela local, marvado!


E dei uma lagarteada na paria pra ficar como camarrrooooon!

Era isso por enquanto, to meio preguicoso hoje pra escrever, hehehe!

domingo, 20 de janeiro de 2008

Faculdade de Agronomia




Que saudade!


Sinto que quando regresse já nao será a mesma coisa, meus colegas serao em sua grande maioria outros que nao os que convivo desde 2004. Nao posso de forma nenhuma dizer que o semestre que passei na Argentina tenha sido perdido, muito pelo contrário, gracas a esse intercambio conheci a mulher com a qual quero viver o resto dos meus dias, amigos verdadeiros e uma visao mais abrangente sobre agronomia.


Foi um tempo de reflexao sobretudo. Após 7 semestres de correria tive a oportunidade de parar um, pouco e questionar sobre o que quero para minha vida. Dessa forma reflexinando chego as mesmas conclusoes que me fizeram ingressar nessa linda carreira: esse estilo de vida me encanta, e o fato de ser uma ciencia tao abrangente e cheia de variáveis me faz gostar mais ainda, esse desafio me motiva.


Seguramente esse estágio aqui no Chile aumentou ainda mais esse sentimento, vejo que já sei bastante, ao contrário do que pensava. Observo os valores e as maneiras de agir dos profissionais da área e me dá cada vez mais vontade de logo me formar e atuar como Engenheiro Agronomo, seja no Brasil, no México, no Chile ou onde seja.


Porém ao mesmo tempo me vem o sentimento prévio da nostalgia que sentirei dessa época, das amizades, do convivio e de tudo o que passamos, queridos colegas! Que o nosso reencontro seja lindo, assim como é a nossa amizade, sinto muito a falta de todos voces.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Carolina



Hoy desperté a las 10 de la madrugada, muy bién descansado partí para el centro a ver que onda y para llamar a mis queridos. Osorno es una ciudad hermosa, con el cielo bien limpio (así lo vi por primera vez, pues siempre hay nubes) se ve aún más linda.

Finalmente, despues de andar por muchos centros de llamada conseguí llamar a Caro. Fue una emoción muy grande escuchar su voz, mi corazón queria salir del pecho. Despues de muchas noches soñando con ella, su voz viene como una canción para mis oídos, me sacando de la soledad en que me encuentro por algunos minutos. Mañana parte a su tierra, para su gente, aún más lejos de mi. Pero como amo a esa mujer la quiero ver siempre lo más feliz posible y sé que así será cuándo esté con sus personas más queridas.

No sé lo que la vida nos reserva, tampoco quiero dejar que haga las cosas a su manera, lo que quiero, debo y voy hacer es buscar ese amor donde sea. Ya me di cuenta de que el destino somos nosotros los que lo hacemos, hay que haver iniciativa de uno que quiere buscar su felicidad, y yo la quiero, y seguro la tendré con esa mujer.

Por eso mi amor, quedate segura de lo que siento por ti, tu me haces feliz y completo. Cuándo por algun motivo te sienta sola o cuándo me extrañe, te acuerde de lo cuánto te amo, es lo que hago yo para acuerdarme de lo feliz que soy contigo.

Te amo!

Comidas

Um pouco do que tenho comido aqui:

Curanto - Prato típico sureño, a base de marisco (choritos, almejas, etc...), carne de porco, carne de frango e linguica, tudo isso ensopadao;





Panqueque de acelga - Panqueca de acelga, em geral se come com alguma chimia, como de frambuesa;








Cazuela - É sopa, de arroaz ou fidelini, com frango, porco, ovelha ou carne de vaca;

Mote - É um tipo de trigo selvagem daqui, que se faz cozido. É mais grosso que o trigo normal. Se pode comer doce ou salgado, eu comi com cereja cozida (e o caldo) ou com pessego cozido (huesillo);






Mudai - É uma bebida refrescante dos índios mapuche a base de trigo. Se cozinha o trigo, descasca-se e deixa fermentar por uma semana junto com a água do cozimento, muito bom, beber gelado;

Completo - É o cachorro quente daqui, com a diferenca que leva abacate e ají (molho de pimenta);






Sopaipilla - É massa de pao frita, se come com queijo branco e pimenta.





Além disso tudo tenho comido uns dois quilos de arándanos por dia no campo!