quinta-feira, 15 de julho de 2010

Reflexões no trânsito

São Paulo te oportuniza algo muito peculiar: aquelas horas "gastas" no trânsito oferecem a oportunidade de pensar na vida, quanto mais ouvindo ao grande Jayme Caetano Braun, nosso maior poeta e payador.

Alguns trechos:

"Dele mil vezes ouvi
o que tem que ser - será,
por longe que o homem vá
jamais fugirá de si
e com ele eu aprendi
as causas da natureza,
a fidalguia - a franqueza
e aquela velha sentença,
- atrás da cinza mais densa
existe uma brasa acesa!

E chego a ouvi-lo fazer
junto dum fogo de chão,
uma grande distinção
entre existir e viver,
filho, dizia - morrer
não é mais do que uma viagem,
por isso não é vantagem
o forte fazer alarde
que - às vezes - pra ser covarde,
precisa muita coragem!

Inda vejo o conselheiro
que evoco com devoção
naquele estilo pagão
de Confúcio galponeiro
que me dizia, parceiro
nesta existência brasina,
cada qual traz uma sina
que força alguma desvia
e nada tem mais valia
que as coisas que a vida ensina! "

Extraído de "Payadas do Negro Lúcio"

Em palavras singelas o Negro Lúcio, velho conselheiro, faz lembrar-me de meu Nonno Bepe e sua sabedoria. Muita saudade!

Um comentário:

Ana Paula Pedroso disse...

Que poesia mais linda, o que ensina e o quer mostrar nos leva longe...e ainda é gostosa de ler..quase que ouvir uma canção com os olhos, ouvir lendo..mas é o coração que sente a melodia...